Com 58% da obra concluída, barragem de Amparo deve começar a operar no segundo semestre de 2026
Construção de barragens em Pedreira e Amparo devem ser concluídas até 2º semestre de 2026 As obras das barragens de Pedreira (SP) e Duas Pontes, em Amparo,...
Construção de barragens em Pedreira e Amparo devem ser concluídas até 2º semestre de 2026 As obras das barragens de Pedreira (SP) e Duas Pontes, em Amparo, avançaram 47% e 58%, respectivamente, segundo informações do governo do Estado de São Paulo. A previsão é que as duas entrem em funcionamento no segundo semestre de 2026. Juntas, as duas barragens formarão reservatórios com capacidade de armazenamento útil de 85 bilhões de litros de água, o que equivale a 34 mil piscinas olímpicas. O objetivo é armazenar água da chuva para garantir o abastecimento nos meses de seca, oferecendo segurança hídrica para 5,5 milhões de pessoas e beneficiando 28 municípios — saiba mais abaixo. ✅ Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp "A gente armazena a água e solta essa água de maneira regular. Então a gente dá mais garantia [...] que aquela água vai estar sempre lá, independente do regime de chuva que a gente tiver. É como na nossa casa, quando falta água e a gente tem uma caixa d 'água, a gente tem a água reservada. E ela garante que quando a gente abre a torneira, aquela água vai estar fluindo", explica Nelson Lima, diretor da SP Águas, a Agência de Águas do Estado de São Paulo. As construções tiveram início em 2018, foram paralisadas em 2023 e retomadas em 2024. Em março deste ano, o governador Tarcísio de Freitas esteve no local e pontuou a falta de água como um problema sério para a Região Metropolitana de Campinas, reforçando a importância do investimento em estruturas de reservação. Na época, a parte estrutural da barragem de Pedreira estava em 31%, e em Amparo, estava em 37%. Em julho, a secretária Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, fez a primeira visita técnica à obra de Amparo e destacou que o reservatório "vai dar mais vazão, ou seja, dar mais água pras pessoas, mais segurança hídrica". 85 bilhões de litros de água Barragem de Amparo Reprodução/EPTV As barragens na região de Campinas deverão formar reservatórios com capacidade de armazenamento útil de 85 bilhões de litros de água, o que equivale a 34 mil piscinas olímpicas. Deste total, 32 bilhões de litros serão da barragem Pedreira e 53 bilhões de litros do reservatório de Amparo. Em Pedreira, a construção deve aumentar a vazão do rio Jaguari de 4.800 litros de água por segundo. para 8.700 litros de água por segundo. Mais de 400 operários trabalham no aterro de uma área de 4,2 milhões de m² e na construção do vertedouro — estrutura de segurança projetada para escoar a água de forma controlada, protegendo a barragem e as estruturas adjacentes de transbordamentos. Para isso, serão usados 230 mil metros cúbicos de concreto, o que equivale a 92 piscinas olímpicas. A barragem de Pedreira terá 50 metros de altura e 600 metros de extensão. Já a barragem de Amparo terá 8,8 milhões de m², medindo 35 metros de altura e 800 metros de extensão. "A barragem de Duas Pontes, que a gente está mais adiantado, hoje a gente já está com 58% de avanço. A gente pretende estar começando o enchimento dela no começo do segundo semestre, e essa barragem de Pedreira mais para o fim do segundo semestre de 2026", afirmou Nelson Lima. 28 municípios serão beneficiados Segundo o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), as estruturas permitirão elevar a oferta de água na região por meio da regularização da vazão dos rios Jaguari e Camanducaia, beneficiando, direta e indiretamente, 28 municípios. Veja quais são: Águas de São Pedro, Americana, Amparo, Artur Nogueira, Bragança Paulista, Cordeirópolis, Cosmópolis, Holambra, Hortolândia, Iracemápolis, Jaguariúna, Limeira, Monte Alegre do Sul, Monte Mor, Morungaba, Paulínia, Pedra Bela, Pedreira, Pinhalzinho, Piracicaba, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Bárbara d’Oeste, Santa Maria da Serra, Santo Antônio de Posse, São Pedro, Tuiuti e Vargem. Investimento Barreira de Pedreira Reprodução/EPTV De acordo com o governo do estado, o projeto tem investimento total de R$ 1,6 bilhão. Parte dele, cerca de R$ 532 milhões, serão destinados à despoluição e recuperação ambiental da bacia, com iniciativas como: restruturação dos sistemas de coleta afastamento e tratamento de esgoto em Amparo e Monte Alegre do Sul implantação de um sistema de redução de cargas de fósforo no curso do rio Projetos e impasses O projeto da barragem de Pedreira prevê abastecimento de 5,5 milhões de moradores nas 20 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). O primeiro prazo para as obras ficarem prontas era 2016 e, depois, mudou para 2018. Contudo, a falta de verba atrasou o início da construção, que estava previsto para durar 28 meses. O reservatório deve ocupar uma área de 3 km². Algumas famílias e comércios próximo ao local deixaram a região. A obra chegou a ser embargada em fevereiro de 2019, sob alegação da inexistência de estudos sobre seus impactos, além da falta de um projeto de desassoreamento do leito do Rio Jaguari. Mesmo com o bloqueio, o DAEE retomou as obras em março. A justificativa do órgão na época era de que, segundo a Procuradoria Geral, a prefeitura não pode embargar obra autorizada pelo estado. Já em junho desse ano, a Justiça multou o departamento em uma ação civil que apurava supostos danos ambientais durante os trabalhos. Em relação à barragem Duas Pontes, em Amparo, o projeto prevê capacidade para acumular 53,4 milhões de metros cúbicos de água, além de garantir vazão regularizada de 8,7 mil litros por segundo. A previsão inicial era de que as obras fossem concluídas em 2022, beneficiando 5 milhões de moradores. Em agosto de 2020, as obras foram embargadas depois que o Ministério Público do Estado e o Ministério Público Federal entraram com uma ação civil contra supostas irregularidades em atuações do DAEE e da Companhia Ambiental do Estado (Cetesb). Na época, indicavam que a exigência de concessão de outorga pela Agência Nacional de Águas (ANA) era uma das condições impostas inicialmente pela Cetesb para concessão da licença para instalações das obras. Porém, o DAEE teve três pedidos indeferidos pela ANA desde 2016 porque análises indicaram qualidade de água inadequada para o abastecimento público. As obras foram retomadas em janeiro de 2021, depois que Justiça Federal revogou a decisão. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.